- Audi
- Visão geral
- 50 anos do motor de 5 cilindros da Audi
50 anos do motor de 5 cilindros da Audi
Em 2026, a Audi irá celebrará um aniversário muito especial: os 50 anos do motor de cinco cilindros. A marca dos quatro anéis apresentou este motor pela primeira vez em 1976 na segunda geração do Audi 100. Seguiram-se melhorias e novos desenvolvimentos com sobrealimentação, purificação de gases de escape e tecnologia de quatro válvulas por cilindro, mecânicas de rali e motores Diesel de cinco cilindros. Atualmente, o 2.5 TFSI do Audi RS 3* continua o enorme legado dos motores de cinco cilindros.
Data: 03.12.2025 - Tempo de Leitura: 3 min
Os motores de cinco cilindros da Audi têm um estatuto de culto e estão profundamente enraizados no ADN da marca. Desempenharam um papel decisivo na construção do conceito “Na vanguarda da técnica” – por um lado, com inúmeros sucessos no desporto motorizado, e por outro, devido ao seu desempenho excecional na produção em série. Até hoje, o 2.5 TFSI proporciona uma experiência de condução muito envolvente, reforçada pela sua sonoridade característica.
HISTÓRIA: 50 anos de sucesso na produção em série e no desporto motorizado
O primeiro motor de cinco cilindros foi estreado no Audi 100 (C2), em 1976. Conhecido internamente como Type 43, o modelo destinava-se a ser posicionado num segmento superior ao do seu antecessor. Os motores de quatro cilindros da época não eram suficientes para os planos de quem estava a desenvolver o projeto. Por isso, no início da década de 1970, os engenheiros da Audi discutiram a utilização de motores de cinco e de seis cilindros em linha. Os motores de seis cilindros foram descartados devido a limitações de espaço e à distribuição de peso desfavorável. Como resultado, os responsáveis optaram pelo motor de cinco cilindros em linha, que se baseava no conceito do motor EA 827, ainda na sua fase inicial na altura. Este motor de quatro cilindros em linha foi utilizado em todo o Grupo Volkswagen na década de 1970, incluindo no Audi 80 e no Audi 100. O motor de cinco cilindros derivava deste: com uma capacidade de 2.144 cm³, desenvolvia 100 kW (136 cv). Um moderno sistema de injeção de combustível aumentava a eficiência e a entrega de potência. A entrega das primeiras unidades do Audi 100 5E tiveram início em março de 1977.
Do quattro original ao Sport quattro
A Audi lançou a sua primeira motorização Diesel em 1978: um motor Diesel naturalmente aspirado com uma cilindrada de dois litros e 51 kW (70 cv). Um ano depois, estreou-se o primeiro motor a gasolina de cinco cilindros com turbo – mais um feito pioneiro da Audi. Com 125 kW (170 cv) e 265 Nm de binário, este motor deu vida ao novo modelo topo de gama, o Audi 200 5T. O motor a gasolina de cinco cilindros do Audi quattro original de 1980 atingiu patamares ainda mais elevados. Com turbo, intercooler e tração integral permanente, formava um rol tecnológico potente tanto para competição como para estrada. Na fase inicial das vendas, apresentava uma potência de 147 kW (200 cv). Após a Audi conquistar o título do Campeonato do Mundo de Ralis em 1982 com este carro, o piloto finlandês Hannu Mikkola venceu o título de pilotos no Campeonato do Mundo de Ralis no ano seguinte.
Também em 1983, a Audi apresentou o Sport quattro, que era 24 centímetros mais curto e tinha vias mais largas. Este modelo era equipado com um motor de cinco cilindros fabricado com recurso a ligas leves, quatro válvulas por cilindro, recentemente desenvolvido, com 225 kW (306 cv). Estes dados tornaram o Sport quattro o carro mais potente alguma vez proposto por uma marca alemã para utilização em estradas públicas, até à altura. O modelo serviu de base para um novo carro de ralis do Grupo B, em que o motor de quatro válvulas por cilindro produzia 450 cv (331 kW) desde o início. Este foi utilizado pela primeira vez na penúltima prova de 1984, o Rali da Costa do Marfim. Nas restantes onze provas da temporada, o sueco Stig Blomqvist competiu ao volante do Audi quattro A2 do Grupo B, com 265 kW (360 cv). No final, ele conquistou o título de pilotos e a Audi venceu o campeonato mundial de construtores.
Walter Röhrl em Pikes Peak
Mesmo após a Audi se ter retirado do Grupo B dos ralis em 1986, houve novos momentos marcantes na competição: Walter Röhrl venceu a subida à montanha Pikes Peak (EUA) em 1987 ao volante do Audi Sport quattro S1 (E2). O carro de corrida produzia 440 kW (598 cv) de potência. Ao contrário do Audi Sport quattro S1, com a sua tecnologia de quatro válvulas por cilindro, a Audi utilizou o motor de cinco cilindros em linha com a antiga cabeça de duas válvulas no 200 quattro Trans-Am. O motor turbo, com 2,1 litros de cilindrada, entregava 375 kW (510 cv). Hurley Haywood venceu a série americana Trans-Am em 1988 de forma impressionante com este carro.
Em 1989, o IMSA GTO cativou e destacou-se no cenário dos carros de turismo nos EUA com 530 kW (720 cv), ainda que obtidos a partir de pouco mais de dois litros de cilindrada.
A Audi revelou outro marco na história automóvel no Salão Internacional do Automóvel de Frankfurt em 1989: o Audi 100 TDI. O turbodiesel de cinco cilindros com injeção direta e sistema de gestão eletrónica do motor produzia 88 kW (120 cv) a partir de uma cilindrada de 2,5 litros. A Audi continuou a aperfeiçoar a sua gama de motores a gasolina de cinco cilindros. Em 1994, o RS2 Avant com 232 kW (315 cv) foi lançado no mercado. Enquanto Avant com potência de automóvel desportivo, tornou-se o modelo fundador de uma nova classe de veículos.
Com a introdução do Audi A4 (B5) em 1994, os motores de cinco cilindros saíram do segmento. Os novos motores V6 substituíram-nos gradualmente em meados da década de 1990. Os últimos motores de cinco cilindros — o 2.5 TDI no Audi A6 e o 20V turbo com 2,2 litros de cilindrada no Audi S6 — foram descontinuados em 1997.
Turbo e injeção direta no Audi TT RS
Em 2009 – 30 anos após a estreia do primeiro motor a gasolina de cinco cilindros com turbo – chegou o grande regresso no Audi TT RS: a partir de 2,5 litros de cilindrada, a quattro GmbH conseguiu retirar 250 kW (340 cv) com o motor montado transversalmente, equipado com turbo e injeção direta de gasolina. Este motor também proporcionou desempenho excecional no RS 3 Sportback. O TT RS plus, que a Audi apresentou em 2012, alcançou mesmo 265 kW (360 cv).
Em 2013, o RS Q3 tornou-se o primeiro SUV compacto a abrir um novo segmento de mercado. Tal como no TT RS e no RS 3, foi o motor de cinco cilindros de 2,5 litros que serviu como unidade de propulsão. Uma nova versão do motor surgiu em 2016. Graças a medidas de construção leve, redução de atrito interno e aumento da capacidade de entrega da potência, os engenheiros conseguiram cerca de 17% mais potência mantendo a cilindrada de 2.480 cm³: 294 kW (400 cv) e 480 Nm de binário máximo.
A SONORIDADE: envolvente e inconfundível
O som grave do cinco cilindros proporciona uma experiência de condução extremamente envolvente. A sua sonoridade característica é criada pelo número ímpar de cilindros e pela sequência de ignição única 1-2-4-5-3, que alterna entre pares de cilindros adjacentes e mais afastados com um intervalo de 144 graus de rotação em relação à cambota, o que confere ao 2.5 TFSI um ritmo e um carácter sonoro muito especial. A geometria do coletor de escape contribui igualmente para este som único, com diferentes tempos de fluxo dos gases de escape entre as válvulas e o turbocompressor.
O controlo totalmente variável das válvulas de escape, introduzido na terceira geração do RS 3 Sportback* e na segunda geração do RS 3 Limousine* em 2021, aumenta o espectro sonoro e torna-o ainda mais percetível. As válvulas assumem várias posições intermédias dependendo do modo de condução selecionado no Audi drive select: nos modos dynamic, RS Performance e Drift, abrem significativamente mais cedo do que nos outros modos de condução — as características sonoras envolventes tornam-se ainda mais evidentes. O som característico do motor de cinco cilindros é ainda reforçado pelo opcional sistema de escape desportivo RS, que produz um som ainda mais desportivo.
A TECNOLOGIA: 2.5 TFSI com turbo
No desenvolvimento da atual geração do motor de cinco cilindros, que foi estreado em 2016, o foco foi colocado no elevado desempenho e na construção leve. No Audi RS 3, o motor, conhecido internamente como EA855 Evo Sport, desenvolve 400 cv e 500 Nm de binário. O 2.5 TFSI oferece assim uma excelente aceleração em regimes médios e potência excecional: o desportivo compacto acelera de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos e atinge uma velocidade máxima de até 290 km/h.
A sigla TFSI significa turbo e injeção direta. O 2.5 TFSI utiliza injeção dupla — no coletor de admissão e nas câmaras de combustão — bem como o sistema Audi valvelift para controlo variável das válvulas de escape, o que permite uma regulação mais precisa da mistura ar/combustível, resultando numa entrega de potência otimizada com consumo de combustível reduzido. No motor de cinco cilindros, o combustível é injetado a 250 bar; o turbocompressor de grandes dimensões gera uma pressão máxima de sobrealimentação de 1,5 bar (relativa)/2,5 bar (absoluta).
A cabeça dos cilindros, a cambota e os pistões são altamente duradouros. Materiais leves são utilizados em muitos componentes do motor, beneficiando a resposta e a prontidão para subir de regime. No total, o motor de cinco cilindros pesa cerca de 160 quilogramas e, com menos de 50 centímetros de comprimento, é extremamente compacto, o que torna o motor de curso longo (diâmetro 82,5 mm x curso 92,8 mm) perfeito para ser instalado em posição transversal.
O cárter do 2.5 TFSI é em alumínio, o que reduz drasticamente o peso face aos componentes anteriores em ferro fundido cinzento. A cambota é oca, contribuindo igualmente para o baixo peso do cinco cilindros. Comparado com uma cambota maciça, é necessária menos massa para ser posta em rotação, o que melhora a resposta do motor. A Audi utiliza ainda outros materiais leves, como a tampa do cárter em magnésio e polias da correia em alumínio.
Medidas extensivas reduzem o atrito interno, o desgaste e o consumo de combustível, otimizando, assim, a potência. Estas incluem camisas de cilindro com revestimento a plasma e condutas de óleo especiais na base dos pistões em alumínio para melhorar a refrigeração.
O inovador sistema de gestão térmica com bomba de água ajustável também reduz o atrito e aumenta a eficiência de combustível: durante a breve fase de aquecimento após um arranque a frio, a bomba de água não permite a circulação do líquido de refrigeração na cabeça dos cilindros, permitindo ao motor 2.5 TFSI atingir mais rapidamente a sua temperatura de funcionamento. A bomba de óleo em alumínio controlada mediante as necessidades — em conjunto com o sistema Audi valvelift — contribui igualmente para uma maior eficiência.
A bomba de óleo ajusta a pressão do óleo aos requisitos predominantes, enquanto o sistema Audi valvelift no lado do escape varia a duração da abertura das válvulas em dois estágios, dependendo da carga e da rotação — para consumo moderado em carga baixa e parcial, e para resposta imediata e excelente aceleração em regimes médios com carga total.
Enquanto parte dos testes do veículo, os motores são avaliados em diferentes regiões e em todas as zonas climáticas europeias, do norte ao sul da Europa. Para além de condução em clima frio e quente, o programa inclui avaliações a várias altitudes e o teste de resistência no traçado norte do Nürburgring. Milhares de quilómetros de testes com um único objetivo: garantir a máxima performance em todas as condições.
A PRODUÇÃO: montagem artesanal na fábrica de Győr
O motor de cinco cilindros é construído na fábrica de Győr, na Hungria, na chamada montagem Bock, que ocupa mais de 1.000 metros quadrados. O motor é montado manualmente, sem recurso a robots. O 2.5 TFSI é montado por especialistas altamente qualificados em 21 estações antes de sair da fábrica. Componentes-chave, como as bielas e o bloco de cilindros, incluindo o revestimento a plasma das camisas dos cilindros, são fabricados separadamente numa área de produção especializada, também na fábrica de Győr.
A montagem do cinco cilindros começa com a colocação do bloco de alumínio e a sua fixação no suporte de montagem. Uma vez que o motor recebe o número de série, as capas de rolamentos são lubrificadas e é inserida a cambota. Os pistões são então montados com as bielas e colocados no bloco de cilindros. É realizado um teste de binário para garantir que a cambota gira suavemente e que todos os componentes estão corretamente aparafusados. Em seguida, é instalada a flange de vedação e fixado o cárter de óleo. A sua parte superior é em magnésio, tornando-a significativamente mais leve do que a parte inferior em alumínio. O processo continua com a instalação dos injetores, sensor de rotação e corrente de distribuição. A corrente de distribuição liga a cambota ao comando de válvulas e garante que as válvulas abram e fechem no momento certo.
Segue-se um dos passos mais importantes: aparafusar a cabeça dos cilindros e instalar as velas de ignição. A faísca inflama a mistura ar/combustível, colocando os pistões em movimento e criando o som característico do motor de cinco cilindros. O elemento central para a admissão de ar é o coletor de admissão, que é então aparafusado, juntamente com o grande turbocompressor, que comprime o ar de admissão, fornecendo mais oxigénio à câmara de combustão, o que permite uma combustão mais eficiente e contribui, assim, para um desempenho e eficiência otimizados. Por fim, todos os elementos do motor são ligada e o volante bimassa é montado. Posicionado entre o motor e a transmissão S tronic de sete velocidades, este componente reduz as vibrações e as oscilações na cadeia cinemática, aumentando o conforto de condução e a vida útil dos componentes.
A etapa final envolve testes mecânicos e eletrónicos para garantir que todas as funções operam corretamente, incluindo o teste a frio, no qual o motor é preenchido com os fluidos de funcionamento e verificado. O chamado teste a quente também faz parte do procedimento: aqui, o motor é colocado em funcionamento pela primeira vez e testado sob carga. Uma vez cumpridas todas as normas e cada teste aprovado, o motor de cinco cilindros é colocado por grua numa palete e transportado de comboio da fábrica de Győr para Ingolstadt. É aí que o Audi RS 3* sai da linha de produção e ocorre o chamado “casamento” — quando o 2.5 TFSI é finalmente instalado no modelo A3 topo de gama.
*Valores de consumo de combustível e de emissões dos modelos mencionados:
Audi RS 3
Consumo combinado de combustível em l/100 km: 9,2–9,3 Emissões combinadas de CO2em g/km: 209–212
Audi RS 3 Sportback
Consumo combinado de combustível em l/100 km: 9,3 Emissões combinadas de CO2em g/km: 212
Audi RS 3 Limousine
Consumo combinado de combustível em l/100 km: 9,2, Emissões combinadas de CO2 em g/km: 209
Tecnologia
Inovação